quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Interpretação de um Poema

Thiago Souza Pedrozo

  • Para a interpretação desta poesia será que há necessidade de conhecimentos gramaticais, tais como pontuação, conhecimento de formatação das palavras ou flexão de gênero, número? Justifique.
Necessidade não há, porém há possibilidade de análise pelo aspecto lingüístico utilizando a gramática. O substantivo inicial “língua” remete a origem do poema ( o assunto ), que corresponde ao sujeito da ação. Os parênteses sempre significam uma idéia transversal relacionada as palavras mais próximas. O pronome relativo “que” interliga o sujeito a sua ação ( verbo “lambe”). Depois temos dois radicais seguidos; “Atenta” e “longa”, que juntos com o sufixo “mente” originam dois modos adverbiais que caracterizam a ação como ocorreu. O prefixo “Ex” traz a idéia de mudança do substantivo “pele”, que o sucede, como se a pele mudasse de forma e não fosse mais a mesma. O adjetivo “ permanente” se dispõe infiltrado no substantivo “ instante” que visualmente causa sensações sinestésicas e também sonoras de erotismo. O pronome possessivo “sua” indica posse, subjugada ao início do texto (o sujeito) e também relacionada a ação sonora que “ex” e “ pele” indicam juntamente ( símbolo sonoro de relações sexuais). O substantivo “película” interligada pela preposição “de” ao substantivo “celulose” cria uma idéia de fotografia que o retorna a “lente” no inicio do texto representando a ação mecânica de fotografar com substantivos. Juntando todos esses simbolismos e relações gramaticais, o texto indica relações sexuais de forma extremamente erótica que, atrelada a idéia de fotografia traz, traz a impressão de um acontecimento artificial, apenas idealizado como uma sucessão de imagens que criam uma história surreal e imaginária na mente do leitor. Assim, abrimos uma campo cheio de possibilidades de compreensão,porque não se sabe como a ação representada termina, apenas sabe-se o contexto e o desenvolvimento do acontecimento.

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